sábado, 30 de agosto de 2008

Do meu amor por pessoas "estranhas"

Muitas coisas me entristecem na vida, mas uma em particular me magoa mutio, talvez por ser tao próxima e corrente. Todo mundo rotula todo mundo, eu sei, não tem jeito, e eu não estou livre disso nem de fazer isso. A questão é que pelo menos sei que consigo não tomar isso sempre como base, como principio, como fator predominante a primeira vista. Eu ainda sou uma das poucas que acaba descobrindo um outro lado além das aparencias. Talvez nem tanto por talento meu ou bondade e menos ainda por ser desprovida de preconceitos! Quem dera! Mas o acaso costuma me jogar em situações em que me é permitido saber um pouco mais do que é exposto. E na verdade as vezes isso me incomoda, incomoda justamente por também fazer rótulos e temer que direcionem a mim os mesmos padrões atribuídos as pessoas socialmente excluídas e mal interpretadas com que acabo andando. Pura mesquinharia. E chego mesmo a ter raiva algumas vezes dessas injustiças. Vejo outros falarem mal de pessoas tão especiais que pude, só de conhecer parcialmente, perceber fortes qualidades. E isso me deixa realmente muito triste, talvez tenha muita empatia (risos), mas sinto como se a ofença fosse diretiva a mim. Sou tomada por um sentimento forte de contestação, de pena, de tristeza, rancor. Meche muito comigo, e me faz amar mais ainda essas pessoas e me sinto feliz por ter me aberto, de uma forma ou de outra, para elas, para conhecê-las e entendê-las com suas sequelagens. Sim, eu amo pessoas estranhas, amo pessoas sequelas! Sempre fui empatizante dos excluídos por suas esquisitices. Pessoas... no geral, acho que amo pessoas, acho que posso amar qualquer pessoa, e também só acho, prefiro só achar. Não me atrevo a ter certeza de algo tão comprometedor. Bem a questão é que no geral, também sou bastante mal julgada, só não sou mais pela cara que tenho, que torna bem aceita. A beleza exterior abre caminhos, feliz ou infelizmente. A questão é que vejo muitas dessas pessoa que tanto me julgam, dizerem que são exatamente o oposto. Talvez seja mais fácil amar os deixados de lado, e por isso eu os ame, não por pena deles, mas pela pena que eles no fundo se atribuem e assim se permitem deixar conhecer, permitem uma aproximação mais fácil, mais verdadeira, mais carente. Não há o nariz em pé dos bem aceitos, ha mais humildade.

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