sexta-feira, 24 de abril de 2009

Suspiro

Eu faria tudo para saber o que estava por trás daqueles olhos marcados. Tudo para saber o que aquelas olheiras pretendiam obscurecer. De relance, podia se pensar que eram reflexos da blusa escura. Chegeui a me preocupar com a (possibilidade concreta para mim) de você estar trabalhando de mais. Preocupei-me com sua insônia.
Faria qualquer coisa para saber que se passou na sua cabeça nos dois segundos em que você me fitou antes de me dar um "oi" com as mãos e desenhá-lo na sua boca, com seus lábios.
Não foi susto te ver. Desde do último dia que nos vimos, que espero por esse momento. Mais que isso. Parece que cada noite minha fora de casa nessa cidade é marcada pela certeza de que posso te encontrar. Assim foi durante esses meses, e ontem, não podia ter sido diferente. Sai de casa me achando bonita e enquanto esperava, você passou pelos meus pensamentos e eu, como em todos os outros dias, imaginei que aquele seria o dia de nosso reencontro. E foi. Ontem foi.
Não fiquei anciosa ao te ver, não fiquei nervosa, não fiquei chocada; afinal te esperava mesmo. Não deu para me ocupar muito de você, não deu para meus olhos passearem muito por você. Eu não poderia ter permitido mais do que tivemos. Confesso que foi suficiente, que foi como o esperado, que foi imensamente bom te ver. Melhor foi te ver mais ou menos como eu o deixei, ver que não reatou namoro, ver que ainda ocupa noites vazias com gente vazia e lugares igualmente vazios. Confesso ainda esperança de um dia ser eu o espaço que irá preencher tudo isso.
Do lado de cá, fico como me mantenho desde do dia em que nos conhecemos efetivamente. Aguardo um sinal sem pressa, numa espera lenta e pouco dolorida de quem sabe que não há nada de concreto entre nós, nem de longe.
Sei que foi para casa pensativo, tanto quanto eu e, só de ter visto isso nas marcações das suas expressões, fico feliz. é uma honra pertubar seus pensamentos. Não sei que pensamentos foram e daria tudo para saber. Tudo para saber que passou na sua cabecinha quando estávamos dividindo o mesmo bar na outra noite.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Segunda

Das coisas que eu conheci, só quero as que me leve para casa.

Abdicar do que enclausura, abdicar do que me torna. O preferível é o não ser sempre eterno de espírito curioso.

sábado, 11 de abril de 2009

Rosa cravo

Sou uma com traços de um, com respingos de homem miscíveis nas borbolhas da sopa quente da minha feminilidade. Café amargo com leite desnatado. Maxista demais para dirigir e aceitar que as mulheres são realmente boas nisso. Umas ou outras é claro, que acabam fugindo à regra, mas pegar num volante é coisa de quem tem noção de espaço e pouca imaginação suficiente para não bater em nada e se manter em movimento constante. Não teria problemas em não pintar os olhos com maquiagem, não depilar os suvacos e beijar mulheres. Admirar coxas bem torneadas de tamanhos, cores e diâmetros diferentes. Em arrepiar com decotes, apreciar maciez e hostilidade de cabelos, cheiros, intensões discretas de quem sempre quer (na verdade) mais que você. Não teria problemas em ter pênis. Mas, lisa que sou entre as pernas, não consigo deixar de gostar muito de homens. Deixo as mulheres para quem as queira. Infelizmente, não é minha praia.
Vejo em mim um homem frustrado, que seria interesantíssimo, bonitão, de pernas grossas, olhos verdes e cabelo castanho. Tudo bem, não seria muito alto, mas também, não seria nanico. Enfim, as vezes me irrita ter mãos pequenas e pouca força nos braços. Não sou lá uma donzela fresca que tem medo de lagartixa. Também não ando de suspensório (mas até que é estiloso sim!). Sou prática demais para uma mulher, decidida demais para um homem. Sou queijo e goiabada e gosto de assim ser. O que não quer dizer que sou meio os dois, ou que esteja em cima do muro. Não estou discutinho preferência sexual. No corpo de mulher, desejo pelo que é oposto. Na alma de mulher, respingos da alma do oposto. Cara de boneca, traços finos, unhas grandes e também mais pelos pelo corpo que muitos menininhos e homenzinhos que existem por aí. Poderia dizer que se tivesse ficado mais uns cinco minutos dentro da barriga da minha mãe, tinha mudado de opinião e nascido do lado que acha que manda. Entretanto, preferi ser meio-a-meio. E muito fiel a cada meio correspondente. Nada de saltos para ir para a faculdade, nem de dormir sem tirar a maquiagem. Mas que quase talhou o leite, isso, ninguém pode negar.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A música que chega

Impressionante. Você baixa um monte de músicas no computador. Umas você baixa porque te indicam, por curiosidade, enfim... você até ouve uma vez e elas acabam ficando lá, largadas. Aí, um belo dia, você, sei-lá-porque, resolve escutá-las novamente. Aí ouve mais uma vez. Acaba que você se pega cantando a diaba e cheio de vontade de ouvi-la. Pronto, já era, a música bateu, a letra acomodou. Dificíl será tirá-la da cabeça! tente!
Perdoem as asneiras! Estou sem tempo até pra ordenar ideias e pensar algo mais...