quarta-feira, 10 de junho de 2009

Pela luz (azul) dos olhos teus

Lembrei-me ainda hoje o primeiro dia em que reparei que você punha os olhos em mim como quem quer algo para si. Esses olhos... confesso que não sou de reparar em olhos. Não costumam me dispertar tanto. Geralmente, me causa mais o olhar, mas seus olhos são um algo à parte. Talvez seja inocência minha, mas me parecem ser os olhos mais bonitos da face da Terra. Parecem capazes de enxergar tudo o que há em mim. Desnudam minha alma. Fico sem ter como fugir da penetrabilidade deles, da força que tem esse seu azul. No entanto, não me cristalizam, não me fazem parar e perder a orientação, ficar sem saber agir, não me inibem. Ao contrário, me fazem querer. Brinco com eles. Tiro proveito do gosto que eles têm por mim. Abuso da curiosidade insistente deles. Ninguém me olha como você. Não sei o que minha presença causa a esses seus olhos, a essa sua pessoa intrigante, mas já causando como causa... já está bom.