domingo, 25 de novembro de 2007

Agora me confundo,
Não sei quem namoro,
quem me cerca,
a cada dia descubro um nova verdade, uma nova mentira,
Pesoas que não são,
ocultas, turvas,
que não me revelam suas idiossicrasias,
que me são reveladas pelos acasos

Fantasias,
se fantasiam,
pessoas mais íntimas que me fogem, que fogem
que a mim não querem ser tangíveis,
ninguém me é claro,
Não tenho pessoas,
coleciono máscaras, farsas, papéis,
esteriótipos criados, moldados a ocasião

De que me adianta tê-las se não as tenho,
Preciso me libertar delas,
não as quero,
as quero,
quero em essência, em virtude,
ouvir os mais ridículos pensamentos,
possuir a mais depravada lembrança,
saber o que tira o folêgo e as faz perder a fala
quero tê-las

Mas ao contrário elas se escondem,
Pareço viver num universo paralelo,
não há atores reias,
só há figurantes entrando e saindo,
enlouquecendo-me com suas faces desconhecidas, com o barulho de seus sapatos,
com o vai-e-vêm de suas vozes, de seus ruídos,
inebriando-me com seus cheiros,
cegando-me com suas cores

Mas se deles me livrar sei que virão outros,
e virão porque eu os chamarei, porque preciso
preciso encontrar um ser que seja suficientemente capaz de permanecer,
que não tenha qualquer sentimento que o impessa de ser,
mas ser comigo,
acima de tudo, mais que tudo,
numa vontade sufocante,
num querer incontrolável,
de ser para mim.

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