quarta-feira, 16 de novembro de 2022

 Eu acho que vou estragar tudo. Ou talvez você o faça. Não, mas de fato, creio que o farei antes. Com minha ansiedade, minha pressa, meu tesão. Avassalador. É que eu tenho um buraco tão grande aqui que cabe você. Inteiro. De pé, de frente, de lado, deitado. Atravessado, atravessando. E ainda sobra espaço. Sempre vai sobrar. Nunca serei preenchida. Mesmo quando transbordo e ainda que transborde. No íntimo - ao contrário do que se experimenta fora - onde transborda também há vazio. Dá pra ser cheio e sem fundo, ao mesmo tempo. E assim, o sou.

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