Eu gosto de mostrar a carne, ver os nervos, sentir o cheio dos músculos; a superfície não me interessa. O sangue que pulsa está dentro. A circulação que aviva percorre as artérias, as veias, não pêlos, não as unhas; esses já estão mortos. São só adereços.
E caso me pergunte: "e dentro o que há?" Logo te respondo: "Não há nada". Não há essência, não há personalidade. Há estados, há passagem. Há é corpo, há a vida. Há marcas, há vestígios, pistas de quem fui, de que sou, de onde vivi, das pessoas com quem estive... daí, se você quizer chamar isso de essência, tudo bem... que importam os nomes, de que falam os nomes senão de mais produção de marcas? Para mim, no entanto (realmente não pude deixar de concordar) de perto, ninguém é nada.
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