Sou uma com traços de um, com respingos de homem miscíveis nas borbolhas da sopa quente da minha feminilidade. Café amargo com leite desnatado. Maxista demais para dirigir e aceitar que as mulheres são realmente boas nisso. Umas ou outras é claro, que acabam fugindo à regra, mas pegar num volante é coisa de quem tem noção de espaço e pouca imaginação suficiente para não bater em nada e se manter em movimento constante. Não teria problemas em não pintar os olhos com maquiagem, não depilar os suvacos e beijar mulheres. Admirar coxas bem torneadas de tamanhos, cores e diâmetros diferentes. Em arrepiar com decotes, apreciar maciez e hostilidade de cabelos, cheiros, intensões discretas de quem sempre quer (na verdade) mais que você. Não teria problemas em ter pênis. Mas, lisa que sou entre as pernas, não consigo deixar de gostar muito de homens. Deixo as mulheres para quem as queira. Infelizmente, não é minha praia.
Vejo em mim um homem frustrado, que seria interesantíssimo, bonitão, de pernas grossas, olhos verdes e cabelo castanho. Tudo bem, não seria muito alto, mas também, não seria nanico. Enfim, as vezes me irrita ter mãos pequenas e pouca força nos braços. Não sou lá uma donzela fresca que tem medo de lagartixa. Também não ando de suspensório (mas até que é estiloso sim!). Sou prática demais para uma mulher, decidida demais para um homem. Sou queijo e goiabada e gosto de assim ser. O que não quer dizer que sou meio os dois, ou que esteja em cima do muro. Não estou discutinho preferência sexual. No corpo de mulher, desejo pelo que é oposto. Na alma de mulher, respingos da alma do oposto. Cara de boneca, traços finos, unhas grandes e também mais pelos pelo corpo que muitos menininhos e homenzinhos que existem por aí. Poderia dizer que se tivesse ficado mais uns cinco minutos dentro da barriga da minha mãe, tinha mudado de opinião e nascido do lado que acha que manda. Entretanto, preferi ser meio-a-meio. E muito fiel a cada meio correspondente. Nada de saltos para ir para a faculdade, nem de dormir sem tirar a maquiagem. Mas que quase talhou o leite, isso, ninguém pode negar.
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