domingo, 1 de março de 2009

Testamento

Preocupa-me o fato de não ter um lugar onde jogar minhas cinzas, que seja tão importante para mim que as mereça. Falo em merecimento como se fossem realmente algo importante, valioso. Algo é valioso se tem para quem assim ser, e se fosse pensar assim, talvez se torne indiferente o lugar onde irão parar meus vestígios orgânicos. Menos romântico do que Brokeback Mountain, talvez acabem num regular cemitério. Normal, banal, corriqueiro.... Afinal que herança mais tosca: cinzas mortais... E quanta inveja a minha!

Um comentário:

Tulio Malaspina disse...

oii livia! obrigado pelo comentario no mana!
já tentei expressar aquele momento em diversos textos, mas é tão subjetivo que sempre acabo achando que não está nem parecido com o que deveria ser.

é louco como nós humanos tentamos permanecer nesse plano, mesmo após a morte, seja na lembrança ou nas conquistas. talvez nossas conquistas sejam as cinzas que jogamos ao mundo, cinzas, sementes, da destruição à criação!